São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar esta deformação da realidade, chamados de mecanismos de defesa. São processos realizados pelo ego e são inconscientes.
Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego - uma instância a serviço da realidade externa e sede de processos defensivos - mobiliza estes mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior.
Estes mecanismos são:
- Recalcamento – conservação das ideias que causam ansiedade fora do campo da consciência. Os conteúdos recalcados, apesar de se tornarem inconscientes, continuam a influenciar o indivíduo, manifestando-se de forma disfarçada (em sonhos, actos falhados, lapsos de linguagem). Em suma, através do recalcamento transferimos situações/experiências de vida mais traumáticas para o inconsciente.
- Regressão – retorno, em período de stress, a uma forma de comportamento característica de um estado anterior de desenvolvimento.
Um exemplo de regressão é o facto de um indivíduo se fazer passar por vítima (para chamar a atenção).
- Racionalização – Utilização de justificações aceitáveis, mas ilusórias, para justificar um comportamento inaceitável. Podemos dizer que a racionalização se resume quando não assumimos os nossos erros e tentamos tirar a culpa de “cima” de nós ou de algo.
Por exemplo: “O Benfica perdeu por culpa do árbitro”; “Este teste correu-me mal porque tive azar”.
- Sublimação – Canalização de pulsões primitivas inaceitáveis para esforços produtivos ou construtivos. No fundo, a sublimação é tornar o desagradável agradável.
- Projecção – atribuir a outrem (à sociedade, a pessoas, a objectos…) as suas pulsões inaceitáveis.
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